Amavam-se tanto
e não podiam se amar.
Corriam becos à noite
atrás de uma lua verde
procuravam lá no alto
a chave de ouro e prata.
Mãos dadas eles corriam
ratos desesperados
suor no rosto nas coxas
cabelos cheios de terra
pupilas cheias de fúria
um pelo outro se amavam
e não podiam se amar.
Qualquer coisa acontecia.
Ela e ele tateavam
uma explosão se separava.
De longe sinalizavam
anéis de fumaça e nuvem
roteiros mapas relógios
levantar de sobrancelhas
boca a boca torturados
tanto se amavam os dois
e não podiam se amar.
Qualquer coisa acontecia.
Um gato voava neles
uma aranha atrapalhava
o roteiro perdia.
Disfarçavam-se de noivos
tomavam porres num bar
e o muro se levantava.
Perseguidos a lanternas
caçados pelos dragões
sumiam atrás do morro
e eram presos numa jaula.
Ele uivava sem cura
ela trançava os cabelos.
Amavam-se tanto
e não podiam se amar.
Como ventos sem lembrança
se buscavam encadeados
eram bichos enfurecidos
correndo inda mais longe
pra perto de um vale azul
até que um raio, um apito
uma enchente, um tiro, uma morte
de novo os separava.
Eram cegos rastejando
atrás do cheiro um do outro.
O sol chegava tão perto
viravam achas de fogo
se tocando e se abraçando
se torcendo e se queimando
e urrando tamanha dor.
Tanto se amavam
que não podiam se amar.
Cristóvão Tezza
Em mim essa "poesia" mexe muito... adoro-a!
O que acharam?
Em casa, a noite, vou tentar deixar a escrita mais bonitinha...
Um beijo.
e não podiam se amar.
Corriam becos à noite
atrás de uma lua verde
procuravam lá no alto
a chave de ouro e prata.
Mãos dadas eles corriam
ratos desesperados
suor no rosto nas coxas
cabelos cheios de terra
pupilas cheias de fúria
um pelo outro se amavam
e não podiam se amar.
Qualquer coisa acontecia.
Ela e ele tateavam
uma explosão se separava.
De longe sinalizavam
anéis de fumaça e nuvem
roteiros mapas relógios
levantar de sobrancelhas
boca a boca torturados
tanto se amavam os dois
e não podiam se amar.
Qualquer coisa acontecia.
Um gato voava neles
uma aranha atrapalhava
o roteiro perdia.
Disfarçavam-se de noivos
tomavam porres num bar
e o muro se levantava.
Perseguidos a lanternas
caçados pelos dragões
sumiam atrás do morro
e eram presos numa jaula.
Ele uivava sem cura
ela trançava os cabelos.
Amavam-se tanto
e não podiam se amar.
Como ventos sem lembrança
se buscavam encadeados
eram bichos enfurecidos
correndo inda mais longe
pra perto de um vale azul
até que um raio, um apito
uma enchente, um tiro, uma morte
de novo os separava.
Eram cegos rastejando
atrás do cheiro um do outro.
O sol chegava tão perto
viravam achas de fogo
se tocando e se abraçando
se torcendo e se queimando
e urrando tamanha dor.
Tanto se amavam
que não podiam se amar.
Cristóvão Tezza
Em mim essa "poesia" mexe muito... adoro-a!
O que acharam?
Em casa, a noite, vou tentar deixar a escrita mais bonitinha...
Um beijo.
6 comentários:
OLA AMIGA MUITO LINDA MESMO ADOREI CADA PALAVRA, BEIJOS.
Tenha um maravilhoso final de semana!!!
com a família, trabalhando, descansando, viajando.... ou apenas vendo o tempo passar.... mais aproveite do seu jeito!!!! hehehehehe
bjokas, Cátia
"As ideias das pessoas são pedaços da sua felicidade."
William Shakespeare
Ola amiga
Bigado por votares na minha linda malinha , agradeço do fundo do meu coração .
Mas tou a ver que vou perder ... paciencia .
bjos e bom fim semana
Olá Keli,
Achei uma poesia de Iris B. Serbena, e como sei que gosta de poesias...
"Que herança
deixaremos à criança?
O vício da esperança
e a sina de sempre aprender
dos erros que cometer.
Um senso de justiça e dever
o próprio caminho escolher
Quando se atrapalhar na vida
buscar dentro de si mesma
a luz, a resposta, a saída.
Mas é preciso ao menos
dar-lhes enquanto pequenos
raízes para se afirmar
para que possam em adultos
ter asas para voar."
Espero que goste. Tenha uma ótima semana, que eu vou ter com certeza.
Beijos
Tia Lurdinha
tenha uma semana produtiva!!!
bjokas, Cátia
Oi Keli!!!
tem selinho para você no meu blog!!!!
beijos
Flávia
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