terça-feira, 25 de novembro de 2008

Muita gente pensa que sabe algo sobre a leucemia, eu mesma fui descobrir que não sabia quase nada por experiência própria... infelizmente.

Minha filhinha, Helena, fez aniversário de dois anos, descobri que eu estava grávida, foi uma surpresa ultra feliz, uma vez que eu queria muito outro bebê, que seria um presente à nossa primogênita... estávamos literalmente em clima de festa. Morávamos em Macaé/RJ.
Duas semanas depois, numa consulta de rotina ao pediatra, pelo toque constatou-se que o baço da Helena estava inchado e após vários exames, em três dias decorridos tivemos a infeliz notícia de que a Heleninha estava com Leucemia Linfóide Aguda. Jesus, foi o pior dia de minha vida.

Foi uma correria doida, no dia seguinte estávamos em Curitiba.
O primeiro ano de tratamento é terrível, com muitas quimioterapias que enjoam, engordam demais, deixam a criança terrivelmente nervosa, muitas picadas de agulha, implante, desimplante (devido a uma infecção) e novo implante de catéter... muito sofrimento para a nossa guerreira, mas Graças ao Bom Deus, hoje ela se encontra no estágio de manutenção do tratamento, ainda com algumas quimioterapias, mas o lado bom é que "manutenção" quer dizer que "não existe" a doença nela, porém ainda corre o risco da maldita voltar.

Tratamos de nossa pequena no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba, que trata exclusivamente de casos de câncer, de todos os tipos e atende mais de 80% pelo SUS, mas é centro de referência, pelo menos é o que pregam...
Lá conhecemos a dura realidade de muito gente, pessoas humildes que a prefeitura da cidade delas, geralmente bem do interior do Estado, as levam para fazer exames e tratamento e aprendemos a ver a vida de um jeito único... ficamos tocados, sensibilizados com tantos casos por vezes ainda mais graves que o nosso.
Conhecemos crianças, que brincam pelos corredores, uns sem um dos olhinhos, outros sem uma das perninhas... todos luta de anos, na esperança de um auta definitiva... outros recém chegados a esse mundo tão obscuro, de tantas incertezas.
No retorno às nossas consultas, sempre perguntamos dos mais próximos, e nem sempre temos a resposta esperada... nesse um ano e três meses de tratamento já perdemos alguns amiguinhos.

Sempre que conto à alguém sobre o tratamento dela, a primeira pergunta é: "E ela não pode fazer o transplante?"... Deus queira que não precise! O transplante costuma ser o último recurso, devido a muitos complicadores, principalmente o risco de óbito por alguma infecção, mas mesmo que o transplante tenha êxito, isso não garante que a doença não terá reincidência.

Existem tantos detalhes...

Aos poucos vou relatando/ comentando sobre o tratamento, lembrando que não sou médica, não faço prescrições, apenas relato coisas vividas com o intuito de ajudar alguém, mesmo que a título de informação.

Por hoje deixo um pedido de oração, não só pela Heleninha, mas por todos que sofrem com doenças como o câncer, e uma indicação de um livro "Anticâncer : Previnir e Vencer Usando Nossas Defesas Humanas, de Servan-Schreiber". Onde ele relata sua experiência de vida e o que aprendeu com sua doença.

Beijos a todas(os) e fiquem com Deus!!

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